quinta-feira, 22 de outubro de 2009

“Por quê as empresas nascem, estagnam e morrem…?”

Parafraseando um guru nosso, Oscar Motomura, por quê as empresas nascem, estagnam e morrem? Eu não tenho a pretenção de ser um guru e, portanto, nem de responder a uma pergunta cabeluda dessas. Mas eu gosto de refletir sobre alguns fatores que podem influenciar, de alguma forma, em um ou outro resultado.

Estávamos nós, pobres mortais corporativos, confabulando sobre o sofrimento a que nos submetemos toda vez que algo não converge com as nossas premissas pessoais. A frase da vez é “não sofre não…” derivada da proferida pela CEO do Magazine Luiza, Luiza Helena: “você quer ter razão ou ser feliz?”. Mas não será esse um dos motivos, ou mesmo um sintoma, de uma empresa começar a morrer? Se as pessoas que trabalham nela não estão felizes e começam a desistir de argumentar, de buscar a melhor solução e sucumbir às decisões baseadas em vaidades e prepotências, certamente ou vão se demitir, ou serão demitidas, ou continuarão a fazer aquilo que foi determinado, mesmo que seja o pior para a empresa.

Quanto mais avançamos para cargos hierarquicamente superiores, maior é a solidão para a tomada de decisões e maior a distância dos comentários realistas, sinceros e pragmáticos da base da pirâmide. Quando os grupos de funcionários da base comentam, com propriedade, algumas decisões estapafúrdias da direção, não necessariamente deverão estar absolutamente corretos, mas deveriam, no mínimo, ser ouvidos e, de alguma forma, a rádio-peão deveria ser institucionalizada. Por falar nisso, por quê a alta direção e o RH têm tanto medo da rádio-peão? Ao contrário do que se faz, deveríamos oficializar a sua existência criando uma ferramenta (site, email, etc.) para que os funcionários inundassem de críticas, sugestões e comentários para que a alta direção tomasse conhecimento do que “rola” na base. Pessoalmente, sempre que eu ouço um burburinho na cantina ou corredor da empresa, as predições acabam acontecendo, as análises têm fundamento e as decisões criticadas um dia ruirão.

Em qualquer empresa, algumas pessoas são especialistas em alguma matéria e, normalmente, por serem mais técnicas, não têm o dom da oratória. Aqueles que têm o dom da oratória e política, normalmente, não são especialistas e, geralmente, não os ouvem (realmente) para tomar decisões. Aqueles poucos dirigentes que têm esse dom e prática conduzem empresas de sucesso.

Sem resposta, mas conjecturando, as empresas são organismos compostos de seres humanos, que, por sua natureza, têm vaidades, premissas, imperfeições individuais que promovem o caos com uma certa ordem. Um outro guru, Dee Hock, fundador e o primeiro CEO da Visa Internacional, criou o princípio do caórdico e, com base nele, fez a sua empresa crescer consistentemente durante anos. Mas será que não precisaria ser o Dee Hock para fazer funcionar o caórdico em algumas empresas? Pois se não entender de gente, tem muito CEO que vai dar com os burros n’água.

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