Talvez alguns já tenham ouvido a piada do homem da cidade que, ao passar pelo rancho do matuto, perguntou:
“Se eu adivinhar quantos cabritos existem no pasto do seu rancho, o senhor me dá um deles?”
E o matuto respondeu que sim. O homem da cidade, então, tirou o seu laptop, fez algumas planilhas, elaborou uma apresentação no Powerpoint e apresentou as análises ao matuto: “o senhor possui entre 247 e 262 cabritos e o mais provável é que tenha 254.
“Uai sô, o senhor é bão mesmo. Pode escolher o seu cabrito.”
Após o moço pegar o animal, o matuto perguntou: “se eu adivinhar a profissão do senhor, eu ganho o meu animar de volta? ” E o homem da cidade disse que sim.
“O senhor é consultor, né? ”. E o moço respondeu: “Puxa vida! Como o senhor adivinhou?”
“Uai! O senhor chegou aqui sem ser chamado. Me ofereceu um serviço que eu num tava precisando. Me falou o que eu já sabia e ainda me cobrou por isso. Agora, o senhor pode me devolver o meu cachorro, sô?”
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Bom, eu não penso assim, já que um dia eu quero me tornar um consultor.
O que acontece é que, na maioria das vezes, a empresa chama a consultoria e pede uma proposta para um trabalho que tem um objetivo claro. Daí, a consultoria vem para fazer o diagnóstico da situação e, por receio, a empresa não abre todas as informações necessárias. E é aí que começam os problemas, pois a consultoria não vai bater de frente e dizer que, se não receber as informações, não fará o trabalho. Os consultores tentam fazer o melhor possível com o que têm. Quando entregam o relatório, apresentam tantas informações de pesquisas de mercado externas à empresa quanto menos tenham tido acesso às informações internas. Não necessariamente isso é ruim, mas não obteremos toda avaliação de que poderíamos nos aproveitar.
Quando o trabalho é bem feito e a consultoria propõe mudanças profundas, a tendência é de que haja resistências drásticas se o lider da organização não for o principal patrocinador do projeto. Mas o maior problema acontece quando a empresa resolve implantar o projeto proposto e não considera a contratação da consultoria executá-lo. Ao internalizar o projeto, o dia-a-dia toma conta da situação e ninguém tem tempo para executar, na íntegra, o que foi proposto. Se não forem designados profissionais exclusivamente para esse trabalho, quase nada será feito e o projeto se perderá.
De qualquer forma, a sensação de quem participa desses projetos com consultorias é de que se a empresa nos colocasse em dedicação exclusiva e pagasse o valor cobrado, faríamos um trabalho equivalente ou melhor. Mas “santo de casa não faz milagre”. Portanto, o negócio é ganhar cada vez mais experiência e, um dia, virar consultor também…